Mudança de comportamento como o princípio para um novo ambiente de Segurança e de Defesa
Não apenas no âmbito da segurança pública, mas na economia, política, saúde, mídia, enfrentamos absurda resistência e apego a paradigmas. Nos vemos, constantemente, sujeitos a transpor novos limites, o que nos exige abertura para mudar nosso comportamento. O terrorismo crescente é fruto dos dogmas humanos – religiosos ou étnicos – que se pautam fundamentalmente no egoísmo. E, se enquanto governante, militar ou cidadão, desejamos abolir o terrorismo, como poderemos sendo resistentes, egoístas e presos a ideologias? Como poderemos conscientizar cidadãos e nações de que todos somos responsáveis por promover nossa própria segurança se nem mesmo tenho consciência da abrangência da minha responsabilidade enquanto profissional de segurança? Como posso disseminar a democracia se eu mesmo – enquanto exemplo de representação dela – não abro mão da sensação de privilégio sobre determinadas áreas do conhecimento e informação? Esqueço-me que este conhecimento disseminado é crucial para gerar a transformação do comportamento de cidadãos e de uma nação inteira. De fato, se se deseja cooperação ao invés de coerção, negociação ao invés de conflito, paz e não guerra, precisamos mudar nossa mentalidade, nosso foco, nossa prática, para então conseguirmos influência social. Tudo que nos tira da zona de conforto, sem dúvida, causa apreensão. Mas agora é tempo de quebrar paradigmas e livrar-se das antigas premissas: o foco é a promoção da ordem pública, o todo e não as partes (“a minha parte”).
Em suma, todos somos cidadãos e usufruímos do direito de conhecer e refletir sobre as Políticas de Segurança e de Defesa Nacional, sempre respeitando o jogo democrático. Mas para legitimar a conduta democrática e a consciência cidadã, produzindo paz e bem-estar social, precisamos nos comportar como autênticos guardiões de Segurança, defendendo direitos constitucionais, cumprindo deveres e exigindo do Estado o cumprimento do seu real papel.
Este artigo reforça a critica elaborada por Felix Cardoso Junior: Idéias e instrumentos para um novo ambiente de Segurança e de Defesa.
0 comentários :