Delegado orienta sobre como evitar ser vítima de crimes
O sequestro relâmpago, a saidinha de banco e os golpes de recompensa parecem ser conhecidos, mas isso não impede que milhares de pessoas ainda sejam vítimas destes tipos de crime. Ao menos foi o que o delegado da 93ª Delegacia de Polícia, Antônio Furtado contou.
Segundo ele, embora haja todo um esforço da mídia e da própria polícia em divulgar os golpes, sempre há quem caia nos mesmos, o que vem prolongando a especialização de bandidos e mantendo estes delitos ainda entre os registros policiais.
O falso sequestro, qualificado policialmente como crime de extorsão, é um dos que embora bastante divulgados mais provocam vítimas, pois normalmente envolvem a vida de alguém.
- Este crime é um clássico, pois normalmente o bandido liga para um telefone aleatório diz que está com algum parente da vítima e solicita depósito de dinheiro ou créditos de celular. Normalmente envolve mais uma pessoa, além do que liga, fica ao fundo um comparsa gritando e pedindo socorro. Para quem não está preparado, realmente pode causar desespero - disse o delegado.
Nestes casos, o policial explica que o importante é se utilizar de três cuidados básicos.
- O primeiro passo é desligar imediatamente o telefone e tentar localizar a pessoa. No geral, o bandido não tem o número da vítima e, se realmente for um sequestro, vai tentar novamente. A segunda coisa é jamais dizer o nome de qualquer parente. No falso sequestro, além do nome da vítima a pessoa saberá quem procurar e se a vítima disser qualquer nome estará dando maneiras de o bandido conseguir convencer quem atendeu ao telefone que realmente se trata de um sequestro - esclareceu.
Segundo o delegado, se houve qualquer possibilidade de ser um sequestro real a vítima deve procurar a força policial imediatamente, pois ela estaria preparada para atuar nestas circunstâncias.
Golpes variados
Já em relação aos golpes de estelionato não há alguma atuação comum. As recompensas, segundo o delegado vão desde bilhetes premiados, pacotes de viagens até heranças familiares.
- Normalmente este tipo de crime ocorre por conta da ganância da vítima. O importante é que se entenda que não há dinheiro fácil. As pessoas que caem nestas histórias, no geral, se acham espertas, mas acabam sendo ingênuas. Pois o bandido deste crime é extremamente hábil em argumentar- disse.
Segundo o delegado o crime pode partir tanto de uma ligação como uma abordagem aparentemente ingênua na rua.
- Já tivemos casos em que a pessoa recebeu a suposta ligação de um escritórios de advocacia dizendo que um parente seu havia falecido e ela era a única herdeira. No entanto, para receber os R$450 mil de herança teria que pagar os custos do processo, no caso R$2 mil. A pessoa é de uma família cheia de tios e irmãos e ainda consegue acreditar nisso - contou.
Outro caso que segundo o delegado que no geral pode deixar a vítima presa a uma ilusão por muitos anos é o crime de falsas agências de turismo.
- Tivemos um caso de uma mulher que recebeu um agente de turismo lhe oferecendo um plano que ela pagaria mensalmente uma quantia e ao final de um ano ganharia uma viagem. Ela era uma espécie de sócia da empresa. A senhora cai nesta conversa por dois anos e somente por conta da viagem não sair resolveu pesquisar a tal empresa e viu que na verdade ela nunca existiu. Era um golpe - lembrou.
Para este tipo de golpe o delegado dá as orientações:
- Nunca acredite em histórias em que você será muito beneficiado financeiramente. Prêmios não pedem garantia, no geral, são "conto do vigário". Desconfie de pessoas eloquentes e que dão a impressão de serem muito amigas. Nunca feche nenhum negócio sem referências de pessoas ou ter verificado a existência da firma - disse.
No geral, o delegado afirmou que as vítimas mais comuns nesse tipo de crime são as mulheres e os idosos.
Saidinhas de banco são no geral direcionadas a idosos
Embora não se trate de um golpe, mas de roubo, o delegado da 93ª DP conta que a saidinha de banco tem como principais vítimas os idosos, por serem no geral pessoas que não tem possibilidade de se locomover com agilidade e são mais crédulas.
- Na saidinha de banco costuma-se agir em grupo de três bandidos. Um que fica dentro da agência de olho em quem saca altas quantias de dinheiro, seja no caixa eletrônico ou com o atendente. Do lado de fora da agência dois outros ficam à espera da informação e da pessoa, e em geral estão em motocicletas, para que consigam seguir a vítima, abordá-la e pegar o valor com facilidade de escape. Por isso, vemos muitos casos que o roubo não ocorreu nas proximidades da agência mas em locais mais vazios - esclareceu.
Segundo o delegado as vítimas no geral são pessoas mais idosas que costumam contar as cédulas sacadas em público, estão sozinhas e são mais vulneráveis.
- Além de serem mais vulneráveis, e mais crédulos, alguns idosos tem o costume de andar com altas quantias e ainda o cartão junto à senha do banco anotada, o que para os bandidos é uma facilidade - contou.
Para evitar se tornar uma vítima deste crime o delegado orienta atenção e precaução.
- Ao sacar o dinheiro proste seu corpo a ponto de tampar a senha e o valor. Evite contar as cédulas na agência. Não carregue a senha junto ao cartão, verifique se há alguém, mulher ou homem, lhe observando e se houver não faça o saque e avise ao segurança que pode fazer a revista e pode encaminhar o suspeito à delegacia. Nunca aceite ajuda de ninguém que não seja o atendente da agência que esteja identificado com crachá- orientou.
Ao sair do banco com a quantia ele dá outras dicas as pessoas:
_ Tenha atenção em especial a motociclistas. Se observar alguém lhe olhando nem saia da agência. Se sair evite locais isolados e se perceber algo estranho entre em um local de grande movimento e contate a força policial- finalizou.
Fonte: DIÁRIO DO VALE
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